Mabon, Equinócio de Outono
- Natí Taís
- 20 de mar.
- 3 min de leitura
O outono se aproxima, trazendo consigo um convite para desacelerar, refletir e honrar os ciclos da vida. Mabon, o Equinócio de Outono, é um dos oito festivais da Roda do Ano e representa o equilíbrio perfeito entre luz e sombra.
No Hemisfério Sul, ele é celebrado em 20 ou 21 de março, quando o dia e a noite possuem a mesma duração, simbolizando o ponto de transição entre a abundância do verão e a introspecção do inverno.
Mabon nos ensina a agradecer pelas colheitas – sejam elas materiais, emocionais ou espirituais – e nos convida a refletir sobre o que precisa ser transformado dentro de nós. Esse é um tempo de encerramentos e preparações, um chamado para ajustar o ritmo interno e alinhar-se com o fluxo natural da vida.

Como Celebrar Mabon no Brasil?
Aqui no Hemisfério Sul, o outono não traz folhas douradas caindo das árvores como nos filmes, mas sua energia se manifesta de outras formas: os dias começam a esfriar, a natureza entra em um processo de recolhimento e nosso próprio corpo pede mais silêncio e presença.
Podemos honrar essa energia de diversas formas:
✨ Rituais de Gratidão – Montar um altar com frutas, grãos e velas, agradecendo pelas bênçãos colhidas e entregando ao universo aquilo que já cumpriu seu propósito.
✨ Banhos e Defumações – Ervas como alecrim, lavanda e sálvia ajudam a limpar o campo energético e preparar a mente para um novo ciclo.
✨ Cristais para o Equilíbrio – Ametista, para serenidade e conexão espiritual, e olho de tigre, para fortalecer a intuição e a coragem.
✨ Escrita Terapêutica – Refletir sobre os últimos meses: o que floresceu? O que precisa ser deixado para trás?
✨ Banquete Ritualístico – Preparar um jantar especial com alimentos da estação, como abóbora, maçãs, nozes e vinho, compartilhando esse momento com pessoas queridas ou em conexão consigo mesma.

A Mulher Selvagem e o Chamado de Mabon
Mabon é um portal para a energia da Mulher Selvagem – aquela que habita em cada uma de nós, guiando-nos pelo instinto, pela intuição e pela sabedoria ancestral. Esse é o momento de nos reconectar com essa força interior e permitir que ela nos mostre o que precisa ser acolhido e o que precisa ser libertado.
Assim como a natureza equilibra luz e sombra, somos convidadas a olhar para nossas próprias dualidades, reconhecendo que tanto os momentos de expansão quanto os de recolhimento são necessários para o nosso florescer.
O equinócio nos ensina que a sombra não é algo a ser temido, mas sim compreendido. A Mulher Selvagem sabe que é preciso morrer para renascer – e Mabon nos convida a esse rito de passagem interno.
Deusas que Regem Mabon
Algumas deusas se conectam profundamente com essa energia de colheita, equilíbrio e transformação:
🌾 Deméter – A Grande Mãe, regente das colheitas e da abundância, que nos lembra da importância de nutrir e honrar os frutos da nossa jornada.
🌑 Perséfone – A filha que desce ao Submundo, representando a transição da luz para a escuridão, do externo para o interno, do verão para o outono.
🍂 Modron – Deusa celta ligada à colheita e à sabedoria ancestral, guardiã da passagem para tempos de introspecção e amadurecimento.
🖤 Morrigan – A soberana dos mistérios e da transformação, que nos ensina a deixar morrer o que já não nos pertence, abrindo espaço para o renascimento.
Antes de seguir para o inverno, Mabon nos dá a oportunidade de pausar e refletir:
Quais frutos colhi nos últimos meses?
O que preciso soltar para seguir mais leve?
Como posso integrar minha luz e minha sombra com mais consciência e amor?
De que forma posso preparar meu coração para um ciclo de maior introspecção?
Celebrar Mabon é reconhecer que tudo tem seu tempo: há tempo de plantar, tempo de colher e tempo de descansar. Esse festival nos lembra que cada fase tem sua beleza e que abraçar a transformação é parte do nosso caminho de crescimento.
Que possamos receber esse equinócio com gratidão, respeitando nosso próprio ritmo e confiando na sabedoria dos ciclos.
Faça por você. Refloresça.
Com amor, Natì 💕
Fontes e Referências
• Starhawk, A Dança Cósmica das Feiticeiras
• Mirella Faur, O Anuário da Grande Mãe
• Laura Tempest Zakroff, Weave the Liminal
• Raven Grimassi, Wicca: A Religião da Deusa
• Estudos sobre a Roda do Ano e a tradição pagã.
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